domingo, 12 de maio de 2013

Uma Pausa Pra Reflexão - Perfeição

Perfeição (Legião Urbana) 

Vamos celebrar a estupidez humana 
A estupidez de todas as nações 
O meu país e sua corja de assassinos 
Covardes, estupradores e ladrões 
Vamos celebrar a estupidez do povo
 Nossa polícia e televisão 
Vamos celebrar nosso governo 
E nosso Estado, que não é nação 
Celebrar a juventude sem escola 
As crianças mortas 
Celebrar nossa desunião 
Vamos celebrar Eros e Thanatos 
Persephone e Hades 
Vamos celebrar nossa tristeza 
Vamos celebrar nossa vaidade. 

Vamos comemorar como idiotas 
A cada fevereiro e feriado 
Todos os mortos nas estradas 
Os mortos por falta de hospitais 
Vamos celebrar nossa justiça 
A ganância e a difamação 
Vamos celebrar os preconceitos 
O voto dos analfabetos 
Comemorar a água podre 
E todos os impostos 
Queimadas, mentiras e sequestros
 Nosso castelo de cartas marcadas 
O trabalho escravo 
Nosso pequeno universo 
Toda hipocrisia e toda afetação
Todo roubo e toda a indiferença 
Vamos celebrar epidemias: 
É a festa da torcida campeã. 

Vamos celebrar a fome 
Não ter a quem ouvir 
Não se ter a quem amar 
Vamos alimentar o que é maldade 
Vamos machucar um coração 
Vamos celebrar nossa bandeira 
Nosso passado de absurdos gloriosos
Tudo o que é gratuito e feio 
Tudo que é normal 
Vamos cantar juntos o Hino Nacional 
(A lágrima é verdadeira) 
Vamos celebrar nossa saudade 
E comemorar a nossa solidão. 

Vamos festejar a inveja 
A intolerância e a incompreensão 
Vamos celebrar a violência 
E esquecer a nossa gente 
Que trabalhou honestamente a vida inteira 
E agora não tem mais direito a nada 
Vamos celebrar a aberração 
De toda a nossa falta de bom senso
Nosso descaso por educação 
Vamos celebrar o horror 
De tudo isso - com festa, velório e caixão 
Está tudo morto e enterrado agora 
Já que também podemos celebrar 
A estupidez de quem cantou esta canção. 
Venha, meu coração está com pressa 
Quando a esperança está dispersa 
Só a verdade me liberta 
Chega de maldade e ilusão. 

Venha, o amor tem sempre a porta aberta 
E vem chegando a primavera - Nosso futuro recomeça: 
Venha, que o que vem é perfeição 

Link: http://www.vagalume.com.br/legiao-urbana/perfeicao-com-trecho-da-musica-ao-vivo.html#ixzz0FArKLiwa

sábado, 11 de maio de 2013

O olhar de Aline, por Cleber Andrade

O olhar de Aline O olhar de Aline assemelha-se a certas engrenagens aparentemente tranquilas, mas formidáveis. Passamos a seu lado todos os dias, calmamente, impunemente, sem suspeitar de coisa alguma. Há momentos em que chegamos a esquecer que ela existe. Andamos para lá, para cá, sonhamos, falamos, rimos. De repente, sentimos-nos agarrados! É o fim. A engrenagem nos prende, um olhar nos agarra. Prende-nos, não importa por onde nem como; pende-nos por uma parte qualquer do nosso pensamento, por uma distração qualquer. Estamos perdidos. A engrenagem nos domina por inteiro. Um encadeamento de forças misteriosas toma conta de nós. Debatemos-nos em vão. Não há socorro humano possível. E perdemos de engrenagem em engrenagem, de angústia em angústia, de tortura em tortura, nós o nosso espírito, a nossa fortuna, o nosso futuro, a nosso espirito; e, dependendo do fato de estarmos em poder de uma criatura má ou de coração nobre, sairemos dessa poderosa máquina ou desfigurados pela vergonha ou transfigurados pela paixão. Cleber Andrade. *Quando um poeta escreve sobre você, você nunca morrerá!

sexta-feira, 10 de maio de 2013

ECOBABACAS E MINORIAS - UMA INCOMODACAO (QUE DEVERIA SER) SOCIAL


Ecobabacas e minorias

Recentemente presencie uma discussão na rede social sobre a ciclo faixa na avenida Paulista.
Um individuo, indignado, publicou uma foto da Avenida mais famosa de São Paulo, e em sua legenda parabenizava a prefeitura por parar o transito em pleno domingo para que alguns poucos  “ecobabacas” (expressão usada pelo autor da publicação) pudessem andar de bicicleta por mera preguiça de ir até um parque mais próximo.

Interessada, talvez, em minimizar os efeitos da publicação, uma leitora o convida a pegar uma bicicleta e andar pelas principais avenidas da cidade para convencê-lo a mudar de ideia, e quantos benefícios ele poderia ganhar com esta atitude.

O diálogo transcorre sem maiores insultos entre democracia, direito da minoria, da lógica indiscutível de que carro esta para rua assim como bicicleta está para parque, da responsabilidade do meio ambiente, da humanização nas ruas/avenidas/estradas ser de todos, da politica de que carro novo e carro revisado não poluem, entre outras.

Mas o que mais me chama a atenção é a grande preocupação do autor do texto com seu direito de ir e vir aos finais de semana com seu veiculo sem pegar transito algum, já que durante a semana, como ele próprio conta, deixa o carro na garagem e utiliza os transportes públicos.

Interessa-me mais ainda saber, o que pessoas que em seus veículos novos, com os seus licenciamentos pagos, com a revisão em dia, alcoolizadas ou não, pensavam quando atropelaram alguém que estava sobre duas rodas?

Quem tem o REAL direito de “ir e vir”? A maioria? Ou a minoria?

Antes de refletir sobre esta questão, vamos viajar um pouco para Holanda que hoje é a maior referencia de desenvolvimento humano e aumento de ciclovias no país.
Quando vemos a Holanda hoje, não podemos imaginar a dimensão da transformação que este país sofreu ao longo dos anos. Joni Hoppen em vídeos na internet, conta-nos a historia da Holanda e de como este país se tornou ícone de desenvolvimento urbano. 

Há alguns pontos questionáveis, pois Holanda já era um país desenvolvido. Mas por viver progressos e revoluções, os holandeses não se aquietaram quantas as inúmeras mortes e os pequenos espaços que pedestres e ciclistas possuíam. Interessante pensar na preocupação da comunidade com as vidas perdidas e com a qualidade de vida. O tal do “consciente coletivo” levou a constantes protestos, mais as crises vivenciadas por este povo, trabalhando lado a lado com as mudanças politicas de quem manda junto com que faz.

Aí, sobram algumas perguntas

Será que só funciona na Holanda ou em outros países desenvolvidos?

Será que os nossos governantes estão realmente preocupados em resolver o problema das mortes no transito ou estão “tampando o sol com a peneira” com estas vias aos finais de semana?

Alguns conhecidos dizem que no nosso país isso nunca ira dar certo porque o povo não se preocupa com o outro. Ou porque há muito morro no Brasil, e fica inviável este tipo de ação e que as pessoas deveriam realmente procurar um parque para se divertir. E quanto à qualidade de vida? Melhor mesmo é procurar uma academia do que comprar uma bicicleta!

Mas o que VOCE pensa sobre isso?


Texto escrito por Lidiane Maria Ferreira Porto
Publicado neste blog em 10/05/2012 as 12:53
Bacharela em Direito pela Universidade São Franscico, estudante de Artes Dramaticas pelo Senac SP, atualmente escrevendo neste Blog poemas, cronicas, entre outros texto.