Persona.
E mais uma vez você me surpreendeu!
E mais uma vez você me surpreendeu!
A primeira vez que te vi dar seus primeiros passos eu imaginava
o pior...
Eu quis em muitas vezes te segurar pela mão, te agarrar e
impedir que você fosse ao chão...
Mas o tempo me fez perceber que não estaria sempre ao teu
lado e o quanto eu era incapaz de te proteger de tudo a todo instante e do que você viria a passar em sua caminhada. Demorei a entender que você era apenas uma criação minha...
E com muita dor tive que deixar você andar. E eu vi os piores
tombos que você tomaria.
Até que te observando mais atentamente, pude notar a sua destreza e ousadia.
Sua determinação em estar de pé e colocar as coisas em seus devidos lugares.
Com o tempo fui percebendo que você tinha sua própria força, sua própria forma de andar, de olhar, de abraçar, de rejeitar...
De ser.
Fui descobrindo mais e mais sobre você.
E descobri que você é um ser único, e cheio de vontades que vinha quando queria, e ia, quando não queria mais ficar... e até ficava sem querer, e ia querendo ficar, pois era tão temperamental, que muitas vezes senti, que você se bastava em si.
Sem contar que você não perdia a oportunidade de dizer que Eu lhe pertencia, e que você me possuía.
Foi assim, durante alguns meses.
Até o momento que subi na engolidora caixa preta. Estranha em seus três lados, com um bando, como Eu e você, e percebi que meu lugar era em você e seu lugar, era em mim.
Naquele lugar, eu bastei você em mim.
Naquele lugar Você era eu, e você me possuiu.
Eu fui suas mãos.
Seus olhos.
Seu toque.
Teu falar.
Fui você sendo eu.
E me senti completa, pois não te segurei, nem me perdi em você.
Seu toque.
Teu falar.
Fui você sendo eu.
E me senti completa, pois não te segurei, nem me perdi em você.
Eu simplesmente encontrei mais de mim em você!
E assim sempre será!
Encerrará um ciclo, quando a cortina baixar e as luzes do
palco se apagarem, até você renascer, no levantar das cortinas e novamente se
acenderem os holofotes, e eu perceber que você novamente vai ser UM de mim, vai
ser Um em ti, ATÉ se encerrará em nós!
Personifica em personagem, quem sou.
Lidiane Porto
Texto escrito e publicado por mim após a ultima apresentação da peça Homens de Papel (de Plinio Marcos, com adaptação e direção da professora Lumi Abe) em seis apresentações no auditório do Senac como finalização do curso de Arte Dramáticas.
Lidiane Porto
Texto escrito e publicado por mim após a ultima apresentação da peça Homens de Papel (de Plinio Marcos, com adaptação e direção da professora Lumi Abe) em seis apresentações no auditório do Senac como finalização do curso de Arte Dramáticas.